O Parque Nacional de Beluluane (PIB) mudou a sua designação, passando a chamar-se MozParks Holding – Parques Industriais e Zonas Francas, SA.
A decisão que começou a ser pensada a nível da direcção, consolidou-se após uma visita de trabalho efectuada ao parque pelo Ministro da Indústria e Comércio tendo, no âmbito do programa PRONAI, sugerido a criação de uma cadeia de parques industriais, como forma de impulsionar o desenvolvimento industrial no país.
O Director Geral do agora MozParks, Onório Manuel, disse em entrevista à Voz do Empresário, que da necessidade de se replicar o modelo do PIB em todo o país, deliberou-se a criação de uma holding como forma de padronizar a gestão dos parques industriais e alcançar os mesmos níveis de sucesso.
“Neste exercício, a primeira coisa que mudou foi, naturalmente, a nossa identidade. Teremos o Parque Industrial de Beluluane não como entidade, mas simplesmente como uma parque, porque a nossa visão é que os parques, em cada província, sejam baptizados com o nome do local onde estão inseridos. Esta é uma questão ligada à valorização do conteúdo local”, explicou.
“Vai ser assim no Parque Industrial de Topuíto, que será efectivamente a nossa primeira experiência fora de Maputo. É um parque industrial localizado no distrito de Larde, anteriormente designado por Moma, na província de Nampula, à volta das áreas pesadas da Kenmare”, prosseguiu.
Onório Manuel refere que à semelhança do PIB, criado para dar suporte ao megaprojecto da Mozal, o Parque Industrial de Topuíto vai, numa primeira fase, servir às necessidades da Kenmare, enquanto explorador de areias pesadas.
“Queremos garantir que possamos criar condições à volta da Kenmare para albergar empresas industriais e de serviços como uma forma de promoção de conteúdo local e redução de importações, visto que à volta dos megaprojectos que não tenham um parque industrial, maior parte das peças e outros equipamentos são importados”, disse.
A fonte afirma que a diversificação poderá efectivar-se com o passar dos anos, à medida que as empresas forem dominando os seus modelos de negócio.
“Foi assim que aconteceu no PIB, do ano 2000, quando iniciamos as operações, até 2005, 100% das empresas lá sediadas prestavam serviços à Mozal. De 2006 a esta parte, posso afirmar categoricamente que apenas 30% é que servem à Mozal. Invertemos o gráfico. Significa que 70% alimenta o mercado provincial, nacional e internacional, através de exportações”, declarou.
Baseando-se na experiência com a Mozal, que apesar da diversificação manteve a quota de empresas sediadas no parque perspectiva-se a criação de um leque de oportunidades que poderá beneficiar a economia no seu todo.
“A diversificação no PIB cresceu numa proporção muito maior em relação às empresas que prestam serviços ao megaprojecto. Apesar da nossa abordagem estar virada a instalar o parque industrial no contexto de projectos âncora, temos hoje empresas de cabelos, de processamento alimentar, de castanha de caju, empresas de materiais de construção, cimento, entre outros. Em Larde será assim. Numa primeira fase, estará virado à Kenmare, mas há muitas oportunidades na província de Nampula nos vários distritos”, garante.
DIMENSÃO E ANDAMENTO DO PROJECTO
No âmbito da expansão dos parques industriais, o MozParks perspectiva a exploração do total de mil hectares em cada província, sendo que em Larde já foi concluído o estudo de viabilidade, que segundo Onório Manuel foi a parte crucial para se tomar a decisão de investir.
O gestor afirmou que o estudo foi positivo, o que possibilitou que se seguisse a fase de articulação com as entidades locais para a preparação das áreas a serem exploradas.
“Numa primeira fase, esperamos que no parque industrial de Topuíto sejam explorados 215 hectares, contudo, vamos ainda neste mês de Outubro, iniciar o desenvolvimento da pré-fase que consistirá em infraestruturar 15 hectares para albergar as primeiras empresas. Estamos na fase inicial das obras no local que foi precedida por todo aquele processo administrativo que até agora, podemos considerar, foi concluído, faltando apenas a implantação no terreno, das referidas infra-estruturas”, esclareceu.
Manuel revelou que segundo parque industrial, nas projecções do MozParks será em Cabo Delgado, concretamente no distrito de Montepuez, onde pretendem instalar um agroparque, com uma forte componente da promoção do acesso ao mercado.
O director-geral do MozParks diz que a instituição quer tirar maior proveito das lições aprendidas com a crise pandémica e potenciar cada vez mais a autossuficiência na indústria nacional.
“Ao longo deste ano 2021, conseguimos consolidar e mostrar resiliência perante uma crise de nível mundial, de tal forma que as empresas do parque conseguiram produzir aquilo que a Mozal importava antes da pandemia. Ou seja, com a pandemia as empresas do parque foram desafiadas a produzir diversos equipamentos e muitas empresas de engenharia e metalo-mecânica fizeram-no com muito sucesso, o que mostra que perante crises, o parque está preparado para responder”, remata.