Após a eclosão da pandemia do coronavírus no país, em Março de 2020, o turismo doméstico tem-se mostrado um verdadeiro ´tubo de escape´ para as empresas do sector, sendo responsável pela arrecadação de grande parte das receitas no ramo.
Desde então, várias ideias visando alavancar a actividade têm sido partilhadas e implementadas, resultando na sobrevivência das empresas, que actuam naquela que é a área mais afectada pelos efeitos nefastos da pandemia.
Dércio Parker, Director Geral da empresa Marcas e Companhia Internacional (MCI), foi uma das vozes que, baseado na sua longeva experiência, apontou os caminhos para o desenvolvimento do turismo doméstico em Moçambique, tendo, na última edição do Webinar “Compra Nosso”, defendido que o sentido de patriotismo deve ser o maior princípio orientador da actuação dos operadores turísticos.
Entende o gestor que é necessário, para o efeito, envolver, no processo e na cadeia de valor, as comunidades locais.
“Façamos questão de começar por Moçambique e pelos moçambicanos. As comunidades são muito importantes neste sector e elas não podem ser ignoradas, pois quanto mais conhecerem o benefício que o turismo traz, para elas e para o país, mais empenhadas no seu desenvolvimento estarão. Portanto, agregar essas comunidades na cadeia de valor do turismo, é um assunto extremamente pertinente”, referiu.
Segundo Parker, as praias, os parques, a cultura e as religiões são recursos que devem ser fortemente promovidos, enquanto riquezas nacionais, num exercício de divulgação imbuído de sentido patriótico.
“Se nós fortificarmos aquilo que nós temos de bom, certamente vamos poder alcançar outros patamares”, assevera.
O gestor afirma ainda que os trabalhos de divulgação das potencialidades turísticas do país devem ser realizados em conjunto, envolvendo o maior número de actores, com um olhar clínico para a qualidade dos serviços a serem oferecidos.
“Eu tenho preferência em trabalhar com todos aqueles que conseguem garantir qualidade aos meus clientes. Pode até ser um hotel de 1 estrela, o que eu procuro num fornecedor que é meu parceiro é a qualidade. Portanto o facto de um produto ser barato não significa que tenha que ser mau, se o produto for barato e bom eu terei muito gosto em promovê-lo”, concluiu.