Com o alívio das restrições para a prevenção da Covid-19 no país, com principal destaque para o fim do recolher obrigatório, anunciado numa comunicação à Nação pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, o Instituto Nacional do Turismo (INATUR), vinculado ao Ministério da Cultura e Turismo (MICULTUR), está a preparar a realização de diversas iniciativas, visando ajudar as empresas do sector a reerguerem-se e, na mesma senda, capitalizar o turismo doméstico, que se tem revelado resiliente à situação da pandemia.
“O INATUR, tendo em conta as suas atribuições, tem em agenda a realização de diversos eventos que visam juntar os fazedores do turismo para a promoção do país, enquanto destino turístico, dinamizar o turismo doméstico, atrair o turismo internacional e criar uma plataforma de promoção de oportunidades de investimentos no nosso sector”, revelou o Director Geral da instituição, Marco Vaz dos Anjos, em entrevista ao boletim informativo “Voz do Empresário”.
Dos Anjos considera que o levantamento das medidas restritivas, na sua globalidade, representa um ganho para várias áreas da economia e, para o turismo, em particular, abrem-se automaticamente várias janelas de oportunidades que devem ser aproveitadas ao máximo, numa conjugação de esforços entre os sectores público e privado.
“Estamos atentos à melhoria do cenário económico em todos níveis: internacional, regional e nacional, sendo que os desafios do Turismo têm resposta na união de sinergias”, afirmou.
Aliás, foi nessa conjugação de esforços que o MICULTUR, numa parceria com o Ministério de Saúde, através do INATUR, introduziu em Moçambique o “Selo Limpo e Seguro”, que diz respeito ao cumprimento do protocolo sanitário, na perspectiva de conferir mais confiança ao turista, no destino turístico Moçambique.
“Nós entendemos que este selo trouxe melhorias em termos sanitários no nosso sector. É preciso destacar que o nosso turismo tem grande dependência no mercado externo, tornando a sua dinamização um desafio de sempre. Todavia, as tendências globais do turismo, no contexto da pandemia, revelam que os nacionais voltaram-se para a busca de destinos internos sendo esta uma oportunidade para dar resposta aos principais empecilhos”, disse o director.
O INATUR perspectiva, por isso, realizar eventos promocionais e parcerias com o sector privado, não só do turismo, mas de outras áreas que possibilitam a actividade turística como é o caso dos transportes, no sentido de capitalizar mais o segmento doméstico.
Durante o período de pico da pandemia, o INATUR privilegiou, para a promoção de oportunidades de investimento nas zonas de interesse turístico, o recurso a reuniões B2B, tendo em conta as restrições ao número de participantes em reuniões e fóruns virtuais, como medida alternativa para os casos em que promover implicaria realizar viagens ou exceder os números previstos pela lei, tratando-se de reuniões presencias.
“No pós-pandemia a promoção vai retomar aos moldes presenciais. Naturalmente, sempre que necessário recorrer às plataformas virtuais que hoje caracterizam a conectividade no meio empresarial, faremos nesses moldes. Ou seja, assumimos uma actuação mista, portanto, presencial e virtual”, avançou.
Marco dos Anjos referiu ainda que o INATUR vai imprimir, este ano, maior dinamismo nas acções de formação, introduzindo conteúdos que visam tornar os profissionais do turismo cada vez mais preparados para lidar com a pandemia da Covid-19, ou situações similares.
“Em acções de formação promovidas pelo instituto, há conteúdos que visam preparar os profissionais de hotelaria e turismo sobre os cuidados a ter na prestação de serviços ao cliente, fazendo com que os estabelecimentos hoteleiros, por exemplo, não se tornem locais de transmissão do vírus ao ponto de constituírem problema no combate a propagação da Covid-19”, explicou.