A economista e coach executiva moçambicana, Tânia Tomé, considera que o exercício do empoderamento da mulher só pode gerar um efeito multiplicador e favorável ao desenvolvimento económico-social, se os critérios do exercício tomarem como base os níveis de competência necessários.
Em entrevista à Voz do Empresário, Tânia Tomé afirma que, independentemente do género sexual, a colocação de pessoas em posições de liderança, de forma aleatória, pode mover a sociedade para a regressão.
“Precisamos de mais qualidade e de líderes nas posições de liderança, sejam eles homens ou mulheres. Se forem mulheres, não as impeçam. Se forem homens e forem competentes, vão ser o elemento fundamental para promover as mulheres e a juventude. Mais importante que essa segregação, é que no nosso país hajam líderes nos lugares certos, porque a pretensão de um líder é impactar a comunidade onde está inserido”, disse.
A economista, considerada uma das pessoas mais influentes do mundo, com menos de 40 anos, afirma, entretanto, que apesar da mulher desempenhar um papel activo nos propósitos de desenvolvimento do país, o reconhecimento deste facto, perante a sociedade moçambicana, ainda não é perceptível.
Segundo Tânia Tomé, para contornar esta segregação, é necessária uma corrente de solidariedade que privilegie a promoção do talento individual.
“Temos de tomar um posicionamento mais altruísta, que nos permita identificar e promover as habilidades dos outros, para que o resultado gerado seja grande e crie maior impacto. Depois de integrados em espaços de liderança, aqueles a quem promovemos buscarão formar outros líderes, criando assim uma cadeia de valor que beneficie a todos”, apregoa.
Aliás, Tânia Tomé conta que foi com base nesse pensamento, que assumiu a responsabilidade de nomear líderes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) para integrarem, ao seu lado, a lista dos jovens mais influentes do mundo.
“Acabava de ser nomeada e percebi que, num universo de mais de 156 países, eu era a única falante de português. Disse à organização que conhecia mais pessoas e foi-me imputada a missão de indicá-las. É este tipo de ideia que infelizmente não temos, mas mais do que querer descortinar as causas disso eu quero promover essa corrente de solidariedade para nós percebermos que nos devemos apoiar”, referiu, acrescentando que os dirigentes devem abraçar a causa e usar os recursos existentes para transformar e potenciar as instituições locais.
Com uma vasta experiência em coaching para liderança em diversos campos, Tânia Tomé tem conduzido uma série de palestras em Moçambique, Estados Unidos, África do Sul, Quénia, Brasil, Cabo Verde, Nigéria, entre outros países, influenciando pessoas a adoptarem uma mentalidade vencedora.
António Monjane