EMPRESA EMH BUSCA E EXPLORA OPORTUNIDADES EM MEIO À CRISE PROVOCADA PELA PANDEMIA

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Numa altura em que várias empresas nacionais, em todos os sectores de actividade, vêem-se mergulhadas em dificuldades, devido à crise provocada pela COVID-19, a Voz do Empresário reporta que é possível, com base na reinvenção e visão positivista, encontrar e explorar oportunidades e enfrentar os efeitos negativos da pandemia.

O segredo é partilhado pela Earth Mozambique Holding (EMH) uma empresa constituída por jovens moçambicanos, vocacionada em prestar serviços de consultoria nas áreas jurídica, sócio-económica, ambiental, gestão, recursos humanos, mas que também opera nos sectores comercial e agrícola.

“No sector agrícola não temos problemas e estamos ligeiramente avantajados em relação aos outros sectores porque a demanda, em termos de importação da África do Sul, reduziu e nós estamos a conseguir abastecer o mercado local”, revelou Márcia Chelengo, Directora Geral da EMH.

O comércio é outro sector em crescimento na empresa, sendo que nalgumas vezes “nos é difícil satisfazer a procura, pois vendemos toda a produção”, disse Chelengo.

Para suprir as necessidades dos clientes, a EMH pondera aumentar as áreas de produção estimadas, actualmente, em 24.5 hectares.

“As nossas vendas cresceram em cerca de 20 por cento, comparativamente ao que normalmente conseguíamos, não obstante termos, no nosso campo produtivo, culturas de época, tais são os casos de piri-piri, cebola, tomate, batata-reno, repolho, feijão verde, couve-flor, couve-roxa, beterraba e outras hortícolas”, afirmou a gestora.

Entretanto, os restantes sectores onde a empresa opera encontram-se dependentes da retoma da economia, facto que levou os gestores a pensarem em novas estratégias para dar continuidade às actividades.

“Estes sectores foram um pouco abalados, visto que os nossos maiores clientes são estrangeiros e muitos voltaram para os seus países de origem encerrando, nalguns casos, a actividade em Moçambique. Contudo, não estamos parados e vamos superar”, asseverou.

Aliás, uma das estratégias adoptadas pela empresa, visando colmatar o défice assinalado nos sectores afectados pela pandemia, tem sido a aplicação dos fundos arrecadados na agricultura e no comércio, resultando no  aumento de um posto de trabalho.

“Adicionamos, aos nossos 35 colaboradores, uma funcionária que nos pudesse apoiar na área administrativa, devido ao incremento do nível de vendas, no sector agrícola. Todos estão a trabalhar normalmente”, jubilou.

A empresa está a tomar medidas de precaução para situações em que o poder de compra dos clientes possa diminuir, em decorrência da crise económica que se vive actualmente e tem em carteira um plano de acção para evitar perdas.

“Nós temos um sistema corporativo forte, composto por pessoas que têm larga experiência, longos anos de trabalho, e estamos a tentar garantir que todo mundo tem de se acautelar em relação a qualquer situação extraordinária que seja fora do comum. A EMH está a tentar, de certa forma, fazer um monitoramento do mercado, semanalmente, assim conseguimos ver qual é a flutuação dos preços, nos diferentes pontos”, disse.

Por outro lado, a Directora Administrativa e Financeira da EMH, Cândida Chelengo, considera que, por muito que se faça, o sucesso das organizações está igualmente depende do reforço das medidas de prevenção contra a Covid-19.

Cândida Chelengo sugere a inspecção, por parte das autoridades, das medidas adicionais de prevenção e combate à pandemia, previstas no nº 3 do artigo 19 do decreto n 79/2020 de 4 de Setembro, sobre a situação de calamidade pública.

“Maior parte das empresas já não estão a trabalhar em regime de rotatividade, mas eu não sei se todas as empresas conseguiram garantir as condições básicas de arejamento dos seus locais, dos seus edifícios. Como é que fica a questão do distanciamento? Será que as pessoas estão a usar máscaras no local de trabalho?”, questiona.