BRUNO TEMBE: “A ECONOMIA NACIONAL E AS EMPRESAS NÃO PODEM RESISTIR A UM FECHAMENTO SUPERIOR AO QUE JÁ ENFRENTAMOS”

Partilhar este conteúdo

O Gestor de Better World nas Cervejas de Moçambique (CDM), Bruno Tembe, considera que um investimento na fiscalização do comportamento da ‘ponta final’ da cadeia de valor do sector das bebidas alcoólicas seria mais eficiente do que a limitação do funcionamento dos restaurantes e botle stores, no combate à propagação da Covid-19.

Bruno Tembe refere que “está provado que não é o funcionamento das empresas que está a criar condições para que o vírus se propague, mas o comportamento das pessoas fora dos negócios”, pelo que considera ser totalmente desnecessário aquilo que chama de “asfixiamento da economia”.

“A CDM sofreu bastante o impacto do encerramento da economia, mas acima de tudo o impacto das restrições em termos de vendas bebidas alcoólicas. Entendemos que o esforço do é para fazer um equilíbrio entre a economia e a saúde, mas sentimos que o asfixiamento da economia foi muito grande e o governo está com muito pouca margem e as empresas muito menor ainda de poderem sobreviver a um fechamento superior ao nós já estamos a enfrentar”, defendeu.

O gestor, que falou à Voz do Empresário à margem do Fórum de Negócios SADC, aponta, como saída, o funcionamento das empresas em modelos ajustados ao contexto actual, baseado na prevenção e o reforço na fiscalização, visando garantir que as medidas estabelecidas sejam cumpridas.

“Modelos em que elas [as empresas] operem garantindo a saúde pública, digo, por exemplo, nos postos de trabalho, a alternância, a rotatividade, o distanciamento físico, o homework [pessoas a trabalharem a partir de casa] permitir que os restaurantes funcionem com o devido distanciamento salvaguardado”, descreveu.

A acompanhar a fiscalização destas medidas, Bruno Tembe propõe “mão dura” a todos os prevaricadores identificados.

“Vejo, por exemplo, aglomerados nos mercados, em eventos sociais, com a participação de pessoas que não cumprem o distanciamento.  Eu acho que aí o governo tem que se fortalecer e por uma mão dura para que esses eventos obedeçam os critérios estabelecidos. Se as pessoas não cumprem, devem ser multadas ou penalizadas de uma forma que não prejudique os negócios”, sentenciou.

Sobre a participação no Fórum de Negócios da SADC, Bruno Tembe, destacou a oportunidade de alcançar novos mercados.

“A CDM é parte do grupo Ab-InBev e, portanto, para além das marcas locais tem também as internacionais que nós comercializamos em Moçambique. Sendo uma empresa global, temos também empresas ‘irmãs’ em alguns países da região, mas, particularmente, no Zimbabwe e no Malawi não temos nenhuma e esta é uma oportunidade de dar a conhecer a estes países as nossas marcas e os nossos produtos e pode ser, claramente, uma oportunidade de incrementar as nossas exportações”, referiu.